Ele começou jovem e ergueu império fitness no Brasil
julho 12, 2017Ele começou jovem e ergueu império fitness no Brasil
Edgar Corona não queria depender financeiramente de seu pai, então, empreender foi o único caminho que o futuro presidente do Grupo Bio Ritmo encontrou. Quem diria que todos os passos dessa caminhada fariam Corona ser indicado pela EY como o Empreendedor do Ano 2017, onde irá representar o Brasil na etapa global do Prêmio EY World Entrepreneur of The Year.
Ele ainda cursava Engenharia Química quando abriu um laboratório de testes de materiais no ABC e, depois, montou uma pequena confecção com os amigos. Ao fim da faculdade, ele vendeu sua parte para assumir os negócios da família, a Usina Bonfim, de açúcar e álcool, na região de Jaboticabal, no interior de São Paulo.
“Lá eu aprendi muito sobre agricultura, plantio, colheita… Era uma outra experiência, como se fosse uma cidade, pois moravam famílias lá dentro. Mas quando a terceira geração da família entrou, em 1995, e o momento da indústria estava complicado, resolvi sair”, contou em entrevista ao Yahoo.
Ele sofreu um acidente esquiando e resolveu trabalhar por um tempo na academia que ele tinha 30% dos investimentos, a primeira Bio Ritmo, que estava localizada no bairro de Santo Amaro. “A primeira experiência tinha muitos erros, não tinha nem divisão nos chuveiros para os homens tomarem banho. Aí comprei a parte dos meus sócios e resolvi inovar e montar uma segunda academia na Paulista”, conta.
Na época, Corona chamou um arquiteto para criar um design diferenciado para o espaço. “Na sequência, também contratei uma palestrante americana que ensinava sobre os processos de venda e como buscar, reter e não perder o cliente”, fala.
Aos poucos, Corona foi ajustando o tamanho da academia, a quantidade de aulas ministradas, o design, o processo de vendas e o atendimento, mas como a gestão era muito centralizada e hierarquizada, ele fez um curso, chamado Metanoia, para mudar esses processos.
“Ele ajuda a tirar processos do dia a dia, dar significado, influência e poder aos funcionários e deixar a gestão mais horizontal. Com essa mudança, nós voltamos a crescer de novo, já que os funcionários tinham autonomia e mais compromisso de entrega e engajamento”, fala.
Para Corona, o benchmarking [processo de avaliação da empresa em relação à concorrência para incorporar as melhores práticas do que é feito em outras firmas] deve ser feito por todos os empreendedores. “Sempre digo que cobra que não anda, não engole sapo. Se você não andar por aí, não vê nada que estão fazendo. Tem que olhar o seu ramo e os outros, aqui no Brasil e lá fora também. Entender o que está sendo feito de inovação e experiência de varejo”, conta.
Foi assim que Corona teve a ideia de lançar a Smart Fit, em 2010, uma academia low cost (baixo custo) com mensalidades entre R$59,90 e R$ 69,90 e equipamentos de última geração. “Vi que tinha uma academia lá fora nesse molde, mas era muito feia e eles faziam assim para que ninguém fosse mesmo. Mas a nossa ideia era fazer uma bonita exatamente para democratizar o acesso. Oferecer uma academia top com as melhores máquinas com uma faixa de preço atraente”, fala.
Para Corona, os principais desafios de empreender é ter paciência e pensar a longo prazo. “No começo, achava que era simples tocar uma academia só porque gostava de atividade física. Só que é um serviço que tem pouco processo e muito propósito. Toda ideia primeiro é brilhante, depois horrível e depois fica igual a todas as outras. Nao tem negócio ruim e nem espetacular”, diz.
Mas para o presidente do Grupo Bio Ritmo, o principal é querer mudar o mundo e não só pensar em dinheiro. “Quem tem um negócio tem que querer fazer algum bem para alguém, melhorar de alguma forma a sociedade. Ao fazer isso, o cliente reconhece, entende que aquilo é importante para a vida dele e o empresário cresce por conta disso. Ninguém ganha dinheiro, só pensando em dinheiro”, diz.
Para ele, todos os erros fazem parte do aprendizado e da experiência de vida do empreendedor. “Quanto maior era o desafio, mais animado eu levantava da cama. Tudo é um desafio, a vida é um aprendizado e errar faz parte disso. Só não erra quem não faz. Só não dá para ficar repetindo o mesmo erro”, fala.
Hoje, Corona se considera um corretor de rotas. “Dou as direções e as equipes atuam em vários projetos diferentes. Só entro para corrigir se algo estiver fora do caminho, mais para desobstruir ou para atingir algum objetivo. Quando você dá autonomia para equipe as coisas fluem, tanto que estamos implantando academias da Smart Fit agora na Argentina, no Equador, no México, no Peru e na Colômbia. As coisas precisam acontecer e não podem ficar só centradas em mim, senão trava a empresa”, fala.
A dica de Corona para quem pensa empreender é se questionar se o negócio fará a diferença na vida das pessoas. “Se pergunte: se eu deixar de existir, vou fazer falta para o meu futuro cliente? É bom também tentar entender a utilidade do negócio e como dá para se diferenciar da concorrência”, diz.
Já quem pensa em apostar no mercado fitness, a sugestão do presidente do grupo Bio Ritmo é buscar as tendências que estão acontecendo fora do país. “Nova York, por exemplo, tem um terço da população que pratica atividade física. Então, muita coisa nova começa por lá”, fala.
Os próximos passos do grupo é seguir com a forte expansão das lojas no Brasil e na América Latina, atualmente 120 academias já estão em construção, e apostar em novas tendências nas academias. “As Smart Fit, por exemplo, começaram a ter turmas de professores para dar aulas de circuito funcional e crossfit”, fala.
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