Queijo minas é menos saudável do que parece, diz Proteste
junho 29, 2017Queijo minas é menos saudável do que parece, diz Proteste
SÃO PAULO - A Proteste avaliou queijos do tipo minas frescal de 10 marcas e concluiu que o alimento é menos saudável do que o consumidor é levado a acreditar. Além disso, a associação de defesa dos direitos do consumidor diz que não dá para confiar em todos os rótulos, pois algumas das informações presentes neles não correspondem à realidade.
O produto Puríssimo, que informa ter sal reduzido, por exemplo, tem 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo. Do outro lado, dois queijos, o Quatá e o Keijobom, mostraram ter bem menos sódio em relação ao informado na embalagem. Se engana, entretanto, quem imagina ser essa uma boa notícia. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, quem adquire um produto tem o direito de ter informação clara e precisa sobre ele, observa a Proteste.
As demais marcas apresentaram conformidade entre a quantidade de sódio declarada no rótulo e a encontrada nas análises. A conclusão que a Proteste chegou é que o consumidor deve dar preferência para os queijos minas que se declaram sem sal ou reduzido de sal.
Mesmo o Puríssimo (reduzido de sal), com 47% de sódio a mais do que o indicado no rótulo, traz menos desse mineral em sua composição (69 mg em uma fatia de 30 g) quando comparado aos tradicionais. No Ipanema, que, entre os avaliados, possui o maior teor de sódio, há 105 mg nessa mesma porção, exemplifica a entidade. Além do excesso de sódio, também foi detectado mais gordura do que o indicado na embalagem em todas as marcas testadas, com exceção do Keijobon.
Segundo o Ministério da Agricultura, o queijo minas é considerado semigordo. Para ser classificado dessa forma, o percentual de gordura na sua parte seca, ou seja, desconsiderando a umidade, deve variar de 25% a 44,9% em 100g do produto. Porém, nossa análise apontou que, com exceção do Puríssimo (reduzido de sal), todos os produtos têm gordura na sua parte seca acima do estipulado para os queijos chamados semigordos.
Ou seja: devido ao alto percentual de gordura que possuem, os analisados seriam classificados como gordo ou extragordo, alerta a Proteste. As marcas se saíram melhor no teste de amido, umidade e higiene. Não foi encontrada presença de amido e os produtos testados não apresentaram teor de umidade fora do limite da legislação. Pode comer sem medo, pois não detectamos micro-organismos que fazem mal à saúde nas amostras, afirma a Proteste.
Confira todos os resultados da análise:
A Proteste afirma que o produto Keijobom (sem sal) não traz a informação: Alérgicos: contém leite e o Ipanema não tem o carimbo oficial da inspeção federal, que é obrigatório. Diante dessas irregularidades, além dos teores de sódio e gordura acima do indicado para a classificação do tipo de queijo, a Proteste apresentou os resultados do teste ao Ministério da Agricultura, à Anvisa e aos fabricantes, para que sejam adotadas medidas contra as irregularidades.
Contatada pelo InfoMoney, a Sol Brilhante disse prezar pela qualidade de seus produtos e que já recebeu nota máxima de qualidade pelo Proteste. O nosso departamento técnico está em contato com a instituição acima para ter maiores esclarecimentos, pois não recebemos nenhuma notificação e informações sobre a metodologia aplicada no teste, disse a empresa, em nota.
A Ipanema disse ter acessado os resultados das análises da Proteste e que monitora todos os lotes fabricados e envia amostras do produto periodicamente para o Ministério da Agricultura. Registros do nosso controle de qualidade indicam que o referido lote apresentou conformidade aos padrões intrínsecos do produtos nos testes realizados durante a fabricação, afirma a empresa, explicando que condições adversas de transporte, refrigeração e acondicionamento podem ter contribuído para a concentração maior de sódio e gordura.
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