Defesa de Dilma quer exclusão de depoimentos em julgamento no TSE

junho 01, 2017



Defesa de Dilma quer exclusão de depoimentos em julgamento no TSE



VENCESLAU BORLINA FILHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff solicitou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a retirada dos depoimentos do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura do processo que pode cassar a chapa que a elegeu junto com o atual presidente Michel Temer.
Os advogados da petista alegam que o empresário e o casal prestaram falso testemunho à Justiça, que houve extrapolação "absurda" do objeto da ação e cerceamento da defesa, uma vez que tiveram pedidos indeferidos para acesso a documentos e depoimentos que desmentem as versões apresentadas na acusação.
O julgamento da chapa está previsto para ser iniciado no próximo dia 6 de junho. Ele começa com a leitura do relatório pelo ministro-relator do processo, o corregedor do TSE Herman Benjamin, para em seguida ser concedida a sustentação oral aos advogados defesa e acusação por até 15 minutos, assim como o Ministério Público.
"Com tudo isso, acreditamos que a ação será indeferida, no que tange aos pedidos de cassação, e que, em caso contrário, a inelegibilidade não seja imposta à ex-presidente Dilma Rousseff, uma vez que já está provado de que ela não conversou com ninguém sobre recursos da campanha", disse o advogado Flávio Caetano.
Sobre as declarações de Marcelo Odebrecht, de que ele teria colocado à disposição da campanha desde 2009 R$ 50 milhões em caixa 2, o advogado afirmou se tratar de mentira. Isso porque em 2009, Dilma estava com câncer e não sabia que seria candidata. Além disso, a campanha de 2010 ficou deficitária em R$ 17 milhões, segundo ele.
"Há uma contradição de Marcelo Odebrecht, inclusive, que diz que o recurso foi usado na campanha de 2014. Mas em depoimento à Procuradoria-Geral da República, dentro da Lava Jato, ele afirma que o recurso foi gasto entre 2011 e 2014. Isso precisa ser esclarecido porque ele mentiu perante à Justiça Eleitoral", afirmou Caetano.
Com relação ao casal de marqueteiros, as declarações falsas, de acordo com o advogado de Dilma, referem-se aos US$ 10 milhões da Odebrecht que teriam sido usados na campanha da petista. Para eles, o recurso pago refere-se a campanha presidencial no Panamá. Documentos da Lava Jato e da Receita provariam isso.
"Isso aqui é um começo. Não é o fim", afirmou Caetano. "São informações falsas prestadas à Justiça Eleitoral e que precisam ser investigadas. Já pedimos isso nas alegações finais do processo. Esperamos que eles respondam por falso testemunho e tenham seu acordo de delação premiada revisto", afirmou o advogado de Dilma.
A defesa da ex-presidente afirmou que existe a possibilidade do TSE decidir por eleição direta, uma vez que isso consta da lei eleitoral. "Mas o que pleiteamos é a improcedência da ação", disse ele. A alegação final tem cerca de 300 páginas. O advogado descartou a possibilidade de análise separada das contas de Temer.

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