Chefe do Estado Islâmico no Afeganistão tem morte confirmada

maio 09, 2017



O exército dos Estados Unidos e o governo afegão confirmaram neste domingo a morte do chefe do grupo extremista Estado Islâmico no Afeganistão, Abdul Hasib, em uma operação conjunta realizada em abril, confirmaram no domingo autoridades militares americanas.
"Vários outros encarregados de alto comando do EI morreram, assim como 35 combatentes, durante um ataque de comandos afegãos junto com forças americanas", destaca o comunicado das forças dos Estados Unidos no Afeganistão.
Em uma declaração em separado, a Presidência afegã "confirma que Abdul Hasib, líder do El-Khorasan (EI-K, nome do braço local do EI) morreu na província de Nangarhar", fronteiriça com o Paquistão e reduto do EI.
Abdul Hasib morreu em em 27 de abril, durante uma operação conjunta em Nangarhar (leste), onde o grupo apareceu em 2015.
Hassib assumiu o comando do grupo em julho de 2016, depois da morte de seu predecessor, Hafiz Saeed, assassinado em um bombardeio americano, afirmou à AFP o analista Ahmad Saeedi.
"Abdul Hassib foi então nomeado chefe do EI-Khorasán".
"Hassib era uma figura obscura, desconhecida da população, e nunca teve uma foto divulgada. Sua morte não será diferente, outro comandante será nomeado", afirmou.
O Pentágono tinha anunciado em 29 de abril, sem confirmar, a morte provável de Hasib, durante uma operação que custou a vida de dois Rangers americanos, possivelmente como resultado de fogo amigo.
"Esta operação conjunta bem sucedida constitui um novo e importante passo em nossa campanha para liquidar o EI-K em 2017", destacou o chefe das forças americanas em Cabul, general John Nicholson, que dispõe de 8.400 homens no Afeganistão sob a bandeira da Otan.
"É o segundo emir do EI que matamos em nove meses, junto com dezenas de seus chefes e centenas de combatentes. Há mais de dois anos, o EI-Khorasan realiza uma campanha bárbara de assassinatos, torturas e violência contra a população afegã, em particular no sul de Nangarhar", acrescentou Nicholson.
O Pentágono também afirmou que outros dirigentes de alto escalão foram assassinados, assim como 35 combatentes durante o ataque no sul da província de Nangarhar, fronteira com o Paquistão.
Dois soldados americanos também perderam a vida durante a operação.
O Departamento de Defesa americano fixou como meta acabar com o braço afegão do EI nos próximos meses. Em março, as forças americanas lançaram uma ofensiva em Nangarhar com a finalidade de desalojar os jihadistas e "enviar uma mensagem clara ao EI de que não haverá um santuário para seus combatentes no Afeganistão".
Nicholson parabenizou o "novo passo importante em nossa decidida campanha de aniquilar o EI-J em 2017".
"Calculamos que mais de 500 combatentes foram mortos desde o início de março", afirmou nesta segunda-feira o capitão Bill Salvin, no quartel general das forças americanas em Cabul.
- Megabomba -
Os Estados Unidos lançaram em 13 de abril no Afeganistão sua bomba não nuclear mais potente, conhecida como "a mãe de todas as bombas.
A bomba, também conhecida pela sigla MOAB, atingiu um complexo de cavernas e túneis escavados no distrito de Achin, na província oriental de Nangarhar, segundo o Pentágono.
Foi o primeiro uso deste armamento em combate. O artefato explosivo foi lançado de um avião de grande altitude.
Esse artefato tem formalmente a denominação GBU-43/B, pesa pouco mais de nove toneladas e foi desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas da Força Aérea americana.
Essa é a mais potente bomba não nuclear jamais usada em combate", disse o porta-voz da Força Aérea, o coronel Pat Ryder.
O governador do distrito afegão de Achin, Esmail Shinwari, disse à AFP que a bomba caiu em uma área chamada Momand Dara.
Duras perdas foram infligidas ao inimigo", destacou no Facebook Shahhussain Murtazawi, um porta-voz da presidência afegã.
O general Nicholson disse que a poderosa bomba é "a munição adequada para reduzir os obstáculos e manter o impulso da ofensiva" contra as forças do Estado Islâmico e Khorasan.
O EI, em intensa atividade na Síria e no Iraque, começou recentemente a se expandir no Afeganistão, onde conseguiu atrair numerosos seguidores dos grupos talibãs na região, assim como islamistas de origem uzbeque.
Militares da Otan estimam que no início de 2016 o EI treinava cerca de 3.000 combatentes no Afeganistão, embora esse número atualmente deva ser menor, entre 600 e 800 homens armados.
Os Estados Unidos deslocaram 8.400 soldados para o Afeganistão, que formam, assessoram e apoiam as forças nacionais em seus combates contra os talibãs e o EI.

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