Atlético-MG e Cruzeiro se unem na dor pela perda daquele que revolucionou o futebol mineiro
junho 09, 2017Atlético-MG e Cruzeiro se unem na dor pela perda daquele que revolucionou o futebol mineiro
O futebol está de luto, especialmente os rivais mineiros.
Pela paixão, as opiniões de atleticanos e cruzeirenses quase sempre são diferentes, mas nesta quinta-feira (8), o discurso normalmente distinto das duas metades é o mesmo. A dor, a saudade, a perda, a reverência. Todas elas são únicas.
Faleceu, nesta quinta-feira, após luta contra um câncer no estômago, aos 61 anos, o diretor de futebol do Atlético-MG, Eduardo Maluf, que também exerceu o mesmo cargo no Cruzeiro por mais de uma década.
Quem conhece e conviveu com Maluf já sente saudade da sua educação, do respeito que tinha com todos, do profissionalismo e da boa pessoa que era, conciliadora, de ótima convivência. Amigo de todos.
E, claro, um baita profissional.
Goleiro do Valério, de Itabira, no campo e no futsal, Maluf ganhou notoriedade no mundo do futebol após encerrar a carreira como atleta e se tornar dirigente. Ele começou a nova fase da sua vida no próprio Valério, na década de 1990, sendo supervisor, diretor, vice-presidente e presidente do clube, esta função, por dois mandatos.
Depois do Valério, o dirigente teve rápida passagem pelo Atlético-MG, em 2000, antes de começar a revolucionar o futebol mineiro no Cruzeiro e gravar, com letras maiúsculas, seu nome na história.
Como gerente e diretor executivo de futebol, Maluf fez um excelente trabalho no Cruzeiro. O dirigente ficou mais de uma década no clube, e foi fundamental na montagem dos elencos que marcaram época na Raposa e estão gravados para sempre na história celeste. Com Maluf, a Raposa conquistou a tríplice coroa em 2003 e disputou a Libertadores com frequência, inclusive chegando na final em 2009. Foram 16 títulos conquistados com o executivo.
No entanto, em 2010, ele deixou o Cruzeiro e foi para o Atlético-MG, onde fez ainda mais história. Maluf foi peça fundamental na reestruturação alvinegra durante a gestão de Alexandre Kalil, que voltou a tornar o Galo um gigante vencedor e também elevou o patamar do clube fora de campo, melhorando consideravelmente a situação financeira e tendo uma evolução absurda em sua estrutura, inclusive com um CT moderno e sempre eleito um dos melhores do mundo. Maluf foi primordial na construção do time que conquistou a primeira Libertadores e a primeira Copa do Brasil da história atleticana, além de quatro estaduais e a Recopa Sul-americana.
(Fotos: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Não à toa, a dor pela perda do eterno dirigente dos rivais é imensa e eles se uniram. O Cruzeiro divulgou nota oficial em seu site, enquanto o Atlético-MG fez o mesmo, decretou luto oficial de três dias e cancelou o treino da equipe profissional que iria ocorrer nesta tarde.
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